sábado, 9 de julho de 2016

Tela

Tela  #1

Tantas as Telas pintadas em tons cinzentos
Senão cores zangadas a ragar talentos.
Letras, Claves de Sol de Amor sedentos
Tectos de rimas e desenhos com alentos.

E foram deixadas à chuva as telas.
À erosão largadas.
Esborratadas- Lavadas.
Mas, ainda não se apagaram as velas.

Porque nunca tudo foi dito.
Nem escrito.
Nem pintado.
Apesar de agora pantanoso ser o terreno.
O que piso molhado.

Joana Guerreiro

Tela #2

Somos como dois corpos em branco
Uma epiderme sem raça ou biologia que lhe sirva
Duas Telas a nú, deitadas lado a lado
Como dois amantes por acontecer

Réplicas de um futuro inóvidavel.

Qualquer coisa de belo
Que não me atrevo a pintar;
Um homem ao perto
Que não me atrevo a criar.

Lígia Reyes


Poemas escritos lado a lado pelas 18.10h

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