Tela #1
Tantas as Telas pintadas em tons cinzentosSenão cores zangadas a ragar talentos.
Letras, Claves de Sol de Amor sedentos
Tectos de rimas e desenhos com alentos.
E foram deixadas à chuva as telas.
À erosão largadas.
Esborratadas- Lavadas.
Mas, ainda não se apagaram as velas.
Porque nunca tudo foi dito.
Nem escrito.
Nem pintado.
Apesar de agora pantanoso ser o terreno.
O que piso molhado.
Joana Guerreiro
Tela #2
Somos como dois corpos em brancoUma epiderme sem raça ou biologia que lhe sirva
Duas Telas a nú, deitadas lado a lado
Como dois amantes por acontecer
Réplicas de um futuro inóvidavel.
Qualquer coisa de belo
Que não me atrevo a pintar;
Um homem ao perto
Que não me atrevo a criar.
Lígia Reyes
Poemas escritos lado a lado pelas 18.10h
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