ela caminhando ébria de vida, procura
a irmã que compunha a sua melodia.
Uma só miúda doente da gémea adormecida
demasiado tarde para socorrer o sonho -
a vida impossível vive enroscada
sobre o próprio corpo à procura dessa companhia.
Ela sabe as coisas que soube em tempos
como a verdade é peregrina da liberdade
e os homens sucumbem no rosto da vitima
contando artefactos acerca do amor.
Como o sofrimento não foi em vão,
mas ainda é como cadáver na estante,
tiras o livro vindo da mão mais silente
é leitura de infância nas nossas lágrimas.
Vermos o mundo embaciado de um espelho
sem saber que abraço dar ao reflexo duvidoso
a mesma igual cá dentro, mas ainda mais oblíqua
falando-me timidamente acerca do caminho:
uma bifurcação de vias estreitas no pensamento.
É eterna a cisão com que meto mão e dedais
fio na agulha que entrelaça as polaridades
alinhavando o inequivoco tempo longínquo
às palavras inventadas para o esquecimento.
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