domingo, 17 de julho de 2016

Arquitectura


A minha, era a gaiola mais bela de Lisboa
paredes a verde e mogmos ricos para cigarros,
um quarto para o piano em silêncio
repousando porcelanas orientais
mais quantos segredos guardados nas divisões:
fomos menos que a riqueza decorada.

Tanto foi igual a cor dos lençóis
que o abraço chegou tardio e sem corpo:
duas ideias trocadas tropeçando na mobilia
era felicidade descoordenada e sem pernas
nós dois no centro do conjunto:
magnânimos como estátuas roubadas.

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