O relógio sem hora aponta o homem da manhã
escapo do tempo por vir - descomedida
da semente inventada para o vácuo:
há de nos minguar a memória ideal,
o principio adulterado de todas as quimeras finitas.
[Jamais seremos o sonho construído no lado mais frio
nem o nome longínquo adormecido na cama alheia]
Finjo a tua onírica balada
de olhos fechados contra a parede
temendo dormir um segundo mais
da minha inequívoca insónia milenar;
[Jamais nos pareceremos tanto com o final do Verão
nem tão pouco com a urgência quente de outra ilusão]
e o meu sorriso é uma cicatriz mentindo
as confidências dessas graves madrugadas
onde nunca seremos tão estranhos como amanhã
ou tanto da lembrança infante resgatada numa canção.
Há aqui muito mundo poético em ti. Maravilhosa escrita. Esta Euphoria fez-me lembrar a Euforia do Al Berto, mas também o Cesariny. Mas tudo isto é único e singular, é teu! Parabéns!
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