quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Crazy in Love


Eu sei, baby, acerca de todas as tuas pinturas
artes que tomaste como tuas e minhas - foi outra
quantas lágrimas derramadas por ti enquanto dizia
"sou teu", agora importa-me se terás voltado atrás
da música ouvida,o tempo parado no lugar de alguém
um desleixo bravo no corpo de outra mulher
mais a infelicidade de trocar um nome pelo outro;
confundirás as voltas das divisões finalmente arrumadas
agora sem o enleio do caos que era como ninho
de orfãos desmedidos correndo e destruindo:
para nós, felizes brincadeiras de Romeu e Julieta
carinhos de ir à rua pela madrugada confortar-te o vazio
trazer-te mais pássaros feridos - com quem comiamos
bebendo da saliva um do outro, alimentando infetamente
o abandono de todas as produções com que te quis
e todas as paixões físicas que te eram dedicadas:
a nenhuma te entreguei com tanto amor - a ninguém
te quis cheia da vida latejando, agora sobre escombros,
um assombroso silêncio de Chernobyl entre nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário